Todo ano, em algum certo dia do mês é o seu aniversário. O
meu é dia 22 de janeiro. E, sempre que esta data se aproxima desde os meus 15
anos eu começo a ficar apavorada.
Algumas pessoas já tiveram perto, quase ou dadas como mortas
e dizem que nesse exato momento acontece uma retrospectiva de suas vidas diante
de seus olhos (consciência ou imaginação).
Segundo estudos científicos esse fenômeno é conhecido como: experiência
de quase morte (EQM).
Mas que absurdo, estamos falando de aniversário, o seu
grande dia, a prova de que você já é um vencedor por natureza, o espermatozoide
mais esperto de todos. Aniversário é vida! O que tem a ver com experiência de
quase morte?
Como disse desde os meus 15 anos de vida, todo ano, dia 22
de janeiro é dia de ver a tal retrospectiva. E olhem só, eu estou vivíssima!
Não sei você, mas eu costumo sentar com a minha vida atual e passada e ficar
horas tendo uma seria conversa, quase uma sessão de analise comigo mesma.
Bom o que geralmente rola nessas conversas? Ah, o de sempre:
o que eu fiz da vida, por quê não estudei mais, por que não fiz medicina, por
que não passei o teste pra tirar a habilitação, por que não continuei no
teatro, por que não aprendi a tocar algum instrumento musical e assim por
diante.
Aí, depois a conversa comigo mesma e muitos questionamentos
inúteis, entra num estagio avançado e psicótico e eu, comigo mesma, começo a
comparar a minha vida com a dos outros, até a minha mãe entra na onda, e eu
chego a dizer que com a minha idade atual ela já era casada e com filho. É como
uma TPM, você fica neurótica e quer tudo na hora e um pânico toma conta de
você, e até o seu reloginho maternal começa a apitar. Meu namorado que o diga.
E você desesperadamente começa a pesquisar vestidos de noivas mas ao mesmo
tempo deseja conhecer o mundo.
Mas o que eu estou falando, minha mãe se casou na década de
70, e já estamos no século XXI, mulheres queimaram calcinhas e hoje somos
independentes e usamos calças!
Mas a psicose esta só no começo, por que não satisfeita você
conecta-se a internet e na sua lista de amigos do Facebook começa a ver seus
perfis e os compara com o seu, alguns amigos hoje são profissionalmente
realizados, casados, tem filhos, e todo ano viajam para fora do Brasil. Tá
alguns nem filhos tem, mas está lá a foto das férias passadas: Eu na Itália, eu
em Orlando, eu com o Pateta, eu no Egito, meu fim de semana esquiando no Chile,
blá, blá, blá...
Tá, eu sou uma ingrata. Uma jovem velha resmungona. Mas
sinceramente eu não me sinto com 27 anos quase 28, acho que esses tempos
modernos esse novo milênio acabou nos exigindo mais do que fomos ensinados ou
preparados, somos velhos e ao mesmo tempo jovens, cuspidos para o novo século
com a mentalidade de que ter um diploma bastava para ter um bom futuro.
Na verdade ninguém nos disse que nesse novo século jovens de
20 anos já são milionários, que faculdade não garante trabalho, que diploma
fica melhor e muita mais cult
fotografado e postado no Instagram do
que exposto num quadro na parede.
Nasci em 1985, e tive uma das melhores infâncias, quem é da
década de 80 e 90 sabe do que estou falando, era normal brincar na rua pra se
ter uma ideia. E daí então, de repente , BUMMMM Feliz 2000!
Desde então já se
passaram mais de 10 anos de lá pra cá, tanta coisa (eu disse tanta) mudou. Foi
tudo muito rápido, veloz, que aquela garotinha que achava um máximo alugar VHS
teve que se adequar ao BluRay, praticamente foi aprender tudo de novo, novas
tecnologias até certos valores mudaram.
Então sinceramente,
não me sinto com 27 quase 28, me sinto uma nova pessoa vivendo num novo
século.
Adorei o post! Parabéns!
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