quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Quantos anos você teria se não soubesse quantos anos tem?



Todo ano, em algum certo dia do mês é o seu aniversário. O meu é dia 22 de janeiro. E, sempre que esta data se aproxima desde os meus 15 anos eu começo a ficar apavorada.

Algumas pessoas já tiveram perto, quase ou dadas como mortas e dizem que nesse exato momento acontece uma retrospectiva de suas vidas diante de seus olhos (consciência ou imaginação).  Segundo estudos científicos esse fenômeno é conhecido como: experiência de quase morte (EQM).

Mas que absurdo, estamos falando de aniversário, o seu grande dia, a prova de que você já é um vencedor por natureza, o espermatozoide mais esperto de todos. Aniversário é vida! O que tem a ver com experiência de quase morte?

Como disse desde os meus 15 anos de vida, todo ano, dia 22 de janeiro é dia de ver a tal retrospectiva. E olhem só, eu estou vivíssima! Não sei você, mas eu costumo sentar com a minha vida atual e passada e ficar horas tendo uma seria conversa, quase uma sessão de analise comigo mesma.

Bom o que geralmente rola nessas conversas? Ah, o de sempre: o que eu fiz da vida, por quê não estudei mais, por que não fiz medicina, por que não passei o teste pra tirar a habilitação, por que não continuei no teatro, por que não aprendi a tocar algum instrumento musical e assim por diante.

Aí, depois a conversa comigo mesma e muitos questionamentos inúteis, entra num estagio avançado e psicótico e eu, comigo mesma, começo a comparar a minha vida com a dos outros, até a minha mãe entra na onda, e eu chego a dizer que com a minha idade atual ela já era casada e com filho. É como uma TPM, você fica neurótica e quer tudo na hora e um pânico toma conta de você, e até o seu reloginho maternal começa a apitar. Meu namorado que o diga. E você desesperadamente começa a pesquisar vestidos de noivas mas ao mesmo tempo deseja conhecer o mundo.

Mas o que eu estou falando, minha mãe se casou na década de 70, e já estamos no século XXI, mulheres queimaram calcinhas e hoje somos independentes e usamos calças!

Mas a psicose esta só no começo, por que não satisfeita você conecta-se a internet e na sua lista de amigos do Facebook começa a ver seus perfis e os compara com o seu, alguns amigos hoje são profissionalmente realizados, casados, tem filhos, e todo ano viajam para fora do Brasil. Tá alguns nem filhos tem, mas está lá a foto das férias passadas: Eu na Itália, eu em Orlando, eu com o Pateta, eu no Egito, meu fim de semana esquiando no Chile, blá, blá, blá...

Tá, eu sou uma ingrata. Uma jovem velha resmungona. Mas sinceramente eu não me sinto com 27 anos quase 28, acho que esses tempos modernos esse novo milênio acabou nos exigindo mais do que fomos ensinados ou preparados, somos velhos e ao mesmo tempo jovens, cuspidos para o novo século com a mentalidade de que ter um diploma bastava para ter um bom futuro.

Na verdade ninguém nos disse que nesse novo século jovens de 20 anos já são milionários, que faculdade não garante trabalho, que diploma fica melhor  e muita mais cult fotografado e postado no Instagram  do que exposto num quadro na parede. 

Nasci em 1985, e tive uma das melhores infâncias, quem é da década de 80 e 90 sabe do que estou falando, era normal brincar na rua pra se ter uma ideia. E daí então, de repente , BUMMMM Feliz 2000!

 Desde então já se passaram mais de 10 anos de lá pra cá, tanta coisa (eu disse tanta) mudou. Foi tudo muito rápido, veloz, que aquela garotinha que achava um máximo alugar VHS teve que se adequar ao BluRay, praticamente foi aprender tudo de novo, novas tecnologias até certos valores mudaram.

Então sinceramente,  não me sinto com 27 quase 28, me sinto uma nova pessoa vivendo num novo século.



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