segunda-feira, 15 de abril de 2013

Igreja Internacional Facebookiana do Reino de Mark




Porque digitar ficou mais fácil que ajoelhar entre quatro paredes...

Todos os dias eu vejo o meu Facebook, já virou rotina, antes eu até usava a barra de rolagem e ia até o final da timeline pra ver se rolava algum post interessante pra somar alguma coisa. Sim ainda tem, mas não rolo mais a barra.

Pelo simples motivo de que as pessoas levam a serio demais a pergunta : No que você esta pensando? Bom, alguns geralmente não escrevem o que pensam, e sim o que fazem, fizeram ou farão, “partiu, academia; partiu, fazer o almoço; etc, etc, bla, bla... Eu até posto umas frases meio de revolta sabe, mas nunca que tô comendo pipoca ou que vou fazer o jantar pro meu amor e afins.

Sem contar as correntes reencarnadas do Orkut e o mais bizarro, fotos de crianças com alguma deficiência física e em baixo escrito: quantas curtidas essa criança merece? Gente, tudo, tudo tem limite.  Vamos usar o bom senso sem moderação. A mãe desse criança gosta e aprova!

Pior que isso, são os fanáticos religiosos que pregam a salvação através da incrível invenção de Mark Zuckerberg e lotam nossa timeline de protestos, trechos bíblicos, imagens, correntes, orações, promessas, agradecimentos (pena que não dá para estender uma faixa de Santo Expedito) desabafos, e tudo que de para transcrever.

Respeito demasiadamente todas e qualquer religião, sou totalmente a favor do amor incondicional que devemos ter para com Deus (quem crê) acho lindo quem tem uma fé inabalável, eu tento, juro, mas no silencio do meu quarto ou na corrente que frequento todas as terças, onde vejo ao vivo e a cores a fragilidade humana. Prego a caridade real, aquela que faz você sair de casa faça chuva ou faça sol.

Sinceramente estou achando que as pessoas estão levando a serio demais essa exposição virtual, e tem a necessidade de a cada dia a cada momento dizer, escrever sua fé, mas gente Deus não tem Facebook, Deus não tem Twitter, Deus não tem e-mail. Ele só precisa e quer ouvir da sua boca das suas palavrar reais e não virtuais, Ele só quer que antes de dormir, você pare por cinco minutos, reflita e agradeça.

Na verdade quem sou eu para dizer o que Deus quer, mas é assim que eu vejo. Uma megalomaniaca exposição desnecessária. Você tem todo direito de gritar aos quatro cantos do mundo o seu amor a sua crença, vivemos em um país livre, ainda nos resta por aqui a liberdade de expressão, de escolha, mas vamos usar isso com moderação.

Vamos paras de ser hipócritas e passar o dia escrevendo aquilo que não vivemos, já dizia Gandhi: "Felicidade é quando o que você pensa, o que você diz e o que você faz estão em harmonia."
E antes de ser hipócritas vamos ser conscientes de que ninguém tem a obrigação de ler o que você pensa, então se não puder pagar um psicólogo, faça um blog, como eu, aí entra e lê quem quer, quem esta a fim.

Se Mark Zuckerberg fizer uma igreja não vai faltar seguidor, quiçá aprendizes de Pastores. Então galera, vamos aprender a separar a realidade do mundo virtual, e botar essa bunda grande e gorda para fazer algo útil e pregar a caridade real, as vezes um amigo precisa de um abraço não de um post. As vezes uma campanha de doação de agasalho, brinquedo e alimento (com toda certeza) vai surtir mais efeito do que frases prontas.

Se a vida real fosse como nas redes sócias viveríamos num mar de rosas e em um mundo mais feliz, onde as pessoas realmente compartilhariam algo que agregasse ao próximo  e incentivasse. Mas como é ao contrario, vivemos em um mundo isolado, triste e cada vez mais carente. Onde o melhor amigo do homem não é mais o cão e sim um computador. Mil amigos no Facebook, e talvez uns dois amigos de verdade da vida real, pra quem você liga quando precisa ou com quem você compartilha uma cerveja na mesa de um bar.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

CASA ARRUMADA (Por: Carlos Drummond de Andrade)



Casa arrumada é assim:

Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.

Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.

Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...

Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...

Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.

Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.

Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.

E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.

Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...

Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...

Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.

Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...

Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...

E reconhecer nela o seu lugar.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

Sem imaginação até para o título desse texto




Estou sumida, é eu sei e andei sumida daqui por uns dias. Ando sem imaginação até pra escrever, mas que pecado! Na real estou mais é desmotivada. Escrever me motiva, mas cara, não tem nada mais complicado que uma folha em branco diante de uma pessoa que esta sem imaginação para escrever. E nesse momento vou usar isso aqui mais como divã.

Já abri o Word umas trezentas vezes comecei alguma frase e desisti, parei no primeiro paragrafo mesmo e exclui. Alguém aí quer que eu escreva sobre algo? Porque meu estoque esta acabando ou esta faltando entusiasmo, deem-me por favor. Eu suplico!

Na verdade esse negocio de ficar desempregada é uô, pior que ficar desempregada é ficar sem dinheiro. E como ter dinheiro sem trabalhar? Dignamente não dá pra ter um sem ter o outro.

Ok, eu não tenho que acordar tão cedo todos os dias, nem tenho chefe me enchendo o saco, cobranças imbecis que depois do expediente não fazem o menos sentido. Também não tenho que pegar transporte publico e aguentar o gado todos os dias no mesmo horário e na mesma luta pra conseguir entrar dentro de trem.

Eu devo estar em crise. Crises são sempre muito boas quando bem direcionadas, até mesmo não ter uma direção é ótimo, te obriga a encontrar alguma, uma coisa é certa eu já sei o que não quero, agora só preciso saber o que quero, e meu amigo para um aquariano isso é bem complicado.

Profissionalmente, estou em crise, eu sempre achei que queria ser redatora, acabei me convencendo disso, mas será que realmente sou uma redatora? Ou sou só por birra? Eu até consegui fazer um portfólio profissional, já mandei uns currículos mas até agora nada.

Quatro anos estudando o curso de publicidade e propaganda, trabalhando todos os dias para bancar a mensalidade da faculdade, pegando ônibus lotado, dormindo tarde e acordando cedo. Se alguém me pedir uma opinião sobre esse curso eu vou dizer: faça um outro vá ser tecnóloga em farmácia, será muito mais proveitoso.

Sei que toda profissão tem seus prós e contras, mas PP é um mundo de ilusão, você acha que vai trabalhar numa agencia descolada vai poder usar All Star no trabalho e tomar cerveja no expediente.  Vai ganhar prêmios vai a grandes festivais, meu caro se você se formou na Uninove e pega busão, esqueça!

Se você é filho de gente normal que ganha como gente normal, se você tem que trabalhar pra bancar uma faculdade, se você nunca saiu nem de São Paulo e nunca estudou em escola particular e muito menos tem carro que dirá habilitação, se você nunca foi a Disney, se você precisa escolher entre pagar a faculdade ou um curso de inglês, definitivamente Publicidade não é para você!

Olha eu estou falando tudo isso por experiência própria. Afinal eu to sem imaginação para escrever. Eu queria saber voar como a Gloria Peres, porque ela mesma declarou em seu Twitter que pra entender a novela Salve Jorge tem que saber voar. E nesse momento voar é uma coisa que não tá dando, ainda mais porque nem para comprar uma passagem área para Ibitinga tá dando (será que lá tem aeroporto?).

Bom gente, esse foi mais um desabafo do que alguma coisa que tenha acrescentado algo em sua vida. A não ser que estejamos no mesmo barco e você super se identificou com a minha crise. Enquanto isso continuo assistindo Salve Jorge e tentando aprender a voar.