Ando uma mulher sem profissão (temporariamente) na verdade
deixei a redação de lado e fui ganhar dinheiro com outra coisa. Ando
trabalhando em grandes eventos, com produções internacionais, enfim, numa
dessas, tive o desprazer de presenciar ao vivo e a cores na caruda, assim cara
a cara a visão desses gringos sobre nós, mulheres brasileiras.
Olha não me leve a mal e nem estou generalizando, aqui
relato apenas o que presenciei e vivi e preciso compartilhar com vocês. Numa
dessas conversas de Backstage, veio o gringo sorrateira, jogou um migué de que, se nós gostávamos da banda tal e do
ator tal, porque ele era muito fã dos caras e admirava o trabalho deles e tal. E como ele não sabia uma palavra em
português, queria saber como era o nome da música nacional em inglês, nós na
inocência e também fã da banda brasileira começamos a conversar, papo vai papo
vem, o gringo me solta: e ai o que vocês vão fazer depois do show?
Oi? Uma olhou pra cara da outra e logo concluímos, esse ai
tá cheio das más intenções. Mas manda vamos lá, treinar o nosso inglês e ver
até onde isso vai dar. Daí que o cara, começou de novo com o papinho, after
show. Só sei que alguém respondeu, bom eu vou embora pra casa, dormir! Pra
que?! O cara já logo mandou um, a vida é curta, quando morrer dormir vai ser o
que mais você vai fazer. Suponho que ele já tenha morrido, pra afirmar com
tanta convicção.
Não satisfeito, com o tiro no pé, ele sacou logo da carteira
um cartão de hotel onde ele estaria hospedado (hotel caro e famoso de SP) mostrou
e disse pausadamente o número do quarto que estava. Quando eu disse que era
desnecessário porque do show, eu iria direta e reta pra casa do meu noivo, ele
me disse que eu era carta fora do baralho (graças a Deus). E continuou
insistindo com as outras duas. O que eu achei bem ridículo e totalmente sem
educação.
Sabe houve um tempo que sim, a galera de fora achava que
aqui só tinha, floresta, banana e macaco, depois evoluímos pro país do futebol
do samba e da mulher brasileira mulata gostosona com samba no pé. Eu ainda
prefiro o país da banana e do macaco.
Sei que a maioria de nós mulheres brasileiras, ainda se dão
ao respeito, trabalham, voltam pra casa e dormem. Também sei que algumas ainda
se iludem e acham que ir pra cama com um gringo é a coisa mais sensacional do mundo, que a vida
realmente é curta e experimentar todas as línguas é o que há!
E sei que onde tem oferta tem compra e por causa de uma
todas pagam. Não levanto a bandeira feminista e condeno quem gosta de dar e dá
pra qualquer um, você é livre faça da sua vida o que achar melhor, mas
lembre-se de que respeito não se pede, se empoe. Que o respeito começa primeiro em você.
Ouvi dizer que já existe curso de inglês exclusivo para
garotas de programa, algumas já se preparando para a Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016. Acho justo cada uma ganha o pão do jeito que achar melhor.
Porém essas cobram é trabalho como qualquer outro.
Aqui fica apenas a minha indignação e frustração de saber
que aquele mundo podre de que tanto ouvia dizer, realmente existe, de que a
falta de valores tá cada vez maior e que a visão sobre nós mulheres
brasileiras, ainda não se encaixa dentro de um pais emergente e sim de um bando
de mulatas, gostosonas com samba no pé.
E olha que eu nem entrei no assunto, mulheres (crianças,
meninas) sendo comercializadas a preço de banana e que o único sustento delas é
vender o próprio corpo pros gringos, aqueles mesmos cheios de más intenções que
se hospedam nos hotéis mais caros e que vem pra cá só pra ver o que a floresta
tem para oferecer.
P.s. Esse texto não tem a menos intenção de ofender turistas
no nosso País, é apenas uma visão pessoal baseada em fatos reais.
P.s.2. Ah e sobre o gringo que tentou dar carteirada sexual,
deve ter voltado pro hotel chupando dedo, pelo menos nenhuma de nós 3 se deu ao
trabalho de continuar aquela conversa...