segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Download de Felicidade



Confesso que as redes sociais servem de grande inspiração para meus textos, esse é um deles.
Também confesso que não acredito em gente cem-por-cento feliz, elas me cansam, pelo simples fato de forçarem demais.
Parece que hoje em dia ser feliz virou um status da time-line e não um estado de espirito.

A felicidade se posta com foto, frase (na maioria das vezes de qualquer outro autor, menos sua), #hashtag, check-in e número de “likes”.
Parece até que a gente precisa provar, com tudo isso ai de cima, a nossa felicidade. Desde quando começamos com isso? Porque sentimos tanta necessidade disso? Você que nasceu nos anos 80 ou começo dos anos 90 já parou para pensar como era a sua vida, como eram os seus dias sem o botão “enter”? Eu lembro, o dia também durava 24 horas, mas parecia que passava tão mais lentamente, sentíamos mais o dia não o teclado.

Vivemos o padrão da beleza, aí depois, bonito mesmo era ser natural, hoje vivemos o padrão da felicidade. Parece que ficar triste, sentir tristeza virou doença contagiosa, tabu. Desanimo então, é a terceira Guerra Mundial.
Tudo bem que ninguém quer e gosta de ficar ao lado de gente depressiva, reclamona, chata. Mas, bem mais chato que isso? Isso: “Tô de bem com a vida, tô de bem com a vida, Tô de vento em pôpa, tô de vento em pôpa, Tô feliz pra burro, tô feliz pra burro, Tô assim com o mundo, tô assim com o mundo”...

Eu não sei bem, mas me parece que as pessoas que mais são alegres e felizes (já conheci algumas), “mo vibe boa, saca?” são as que mais se lascaram na vida ou já passaram por grandes apuros, isso me faz entender a frase do Dalai Lama:

O período de maior ganho em conhecimento e experiência é o período mais difícil da vida de alguém”.

Porém esses lascados, nazarentos de uma figa, são os mais generosos, mais felizes e mais discretos. Você apenas sente a felicidade deles quando esta com eles ou quando lembra de alguém gente boa pra caramba. Raramente esses fulanos tem redes sociais e se tem, dificilmente você vai vê-lo postando foto de dentro do carro fazendo pose e tirando uma “selfie”, escrito: um dia sem sorrir é um dia perdido... Oi? Pra mim, um dia perdido é ficar quatro horas preso no transito de SP. Ou, Carpe diem! Tu sabe mesmo o que isso significa? Foi buscar lá traz o que realmente a galera fazia segundo o Carpe Diem? Viver promiscuamente não me parece uma boa ideia... enfim...

Tudo isso pra dizer com as minhas humildes palavras, que, ficar triste, chateado, deprimido, faz parte da vida e também é um estado de espirito. O que seria da luz sem a escuridão? Um precisa do outro e isso se chama equilíbrio. Não precisamos postar, ops, eu quis dizer, provar, nada e pra ninguém o quanto estamos ou acordamos felizes. Dizem que a inveja tem sono leve, imagina se você precisa fazer tanto barulho com sua felicidade? Espalhar felicidade é diferente de postar felicidade.

Ficar desanimado não é ser fraco e nem perdedor. Não te faz um incapaz e sim mostra que você é ser humano, cheio de medos, duvidas, tristezas, feito de sentimentos e enquanto mais verdadeiro forem esses sentimentos, mais vivo você se torna e menos online você se mostra.

A felicidade não é um arquivo que você baixa, faz upload. Ela é um exercício diário, e como todo exercício, exige esforço, provações e atitudes. E meu amigo, esse é um percurso cheio de pedras e calos. Não acredite na felicidade postada e nem meça sua vida ou compare com a de outra pessoa da sua time-line, o mundo tá cheio de gente fotoshapada.


E agora estamos percebendo que aquele ator que nos fazia rir e era exemplo de felicidade, tirou a própria vida, porque mostrar o quão frágeis nos podemos ser, virou pecado mortal. Pelo direito as lagrimas. Porque como minha mãe diz, é depois da tempestade que vem a bonança.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Bullying Humano




Sei que na vida não estamos imunes à frustrações. Mas também sei que quando sofremos uma ou algumas, temos duas maneiras de lidar: aceitar e melhorar ou “se fazer de vitima”.

Segundo a definição de Frustração: s.f. Ação de frustrar.
Psicanálise Estado do indivíduo que, por não ter satisfeito um desejo ou tendência fundamental, se sente recalcado: complexo de frustração.

Recalcado: (recalcamento) ato de recalcar; defesa inconsciente pela qual a pessoa bloqueia lembranças traumáticas e emoções negativas.

Bom, não quero dar aula de português muito menos fazer à psicóloga, mas quero relatar o que penso e o que vejo sobre gente frustrada ou recalcada. Hoje em dia tá na moda apelidar certas pessoas de “recalcadas”. Tudo é motivo de recalque. O mundo virou uma grande bola de recalques.

Será? Sim! Provas: “Meu casamento não deu certo, acho difícil acreditar que algum casamento dê certo, isso é besteira!”; “Olha meu ex marido era igualzinho, toma cuidado, vai acontecer o mesmo com você!”; “Você vai sofrer e chorar como eu sofri e chorei, se eu fosse você pensaria duas vezes antes de casar...”; “Comigo não deu certo, nem tenta, não vai dar certo com você também!” e por ai vai...

São quilos e quilos de frustrações jogadas na caçamba alheia. Que tal seria, se direcionasse essas medos, anseios, traumas em direção de um consultório de psicanalise. Isso evitaria de espalhar todo esse negativismo em cima de quem não tem culpa de suas bagagens traumáticas.

Reclamar nunca movimentou uma pedra, levantar e tirar ela do lugar sim. Ninguém, absolutamente ninguém tem culpa de suas más experiências. Sua vida é sua responsabilidade. Não é se fazendo de vitima, é culpando Deus e o mundo que vai resolver alguma coisa. Já se perguntou o por quê certas coisas não deram certo? Onde você errou? É muito fácil apontar o dedo para o outro e julgar, sem nem perceber que tem três de volta apontados pra você. Faça o teste e perceba que ao apontar o dedo para alguém, seus outros três dedos estão voltados para você.

Não estou tirando da reta, pessoas que realmente fizeram maldade, fizeram alguém sofrer por prazer, sacaneara e sambaram na Santa Ceia. E realmente traumatizaram alguém, fisicamente e psicologicamente. Aqui falo das pessoas que teimam em jogar suas frustrações nos planos dos outros. Não é porque não deu certo com você que não dará certo para mim. Entenda, são sete bilhões de negos na Terra, um diferente do outro. Não é porque foi infeliz no relacionamento passado que nunca mais valerá a pena se apaixonar novamente. Imagina se os cientistas achassem que só porque tal remédio não deu certo, vamos desistir.  Não é porque foi traída, que todos irão lhe enfeitar a cabeça com belos pares de chifres.  Use sua experiência do passado para transformar o seu presente da melhor maneira possível.

Se fazer de vitima nunca será a solução.  Negativar as pessoas não ameniza sua vida infeliz, não diminui o peso da sua vida frustrada. Só vai espalhar mais infelicidade ou todos terão muita pena de você. Coitada lá vai a infeliz que nunca deu certo na vida. Como você quer ser lembrada?

Nossa lembrei de uma coisa bem pior, gente que bota filho no mundo e o culpa por todas as privações que lhe foram impostas. Tem coisa mais egoísta na vida do que isso?! Tenho uma vizinha que passa o dia brigando com o filho, grita, xinga e bate. A criança acabou de sair das fraudas. Sei que criança não é fácil mas nada é motivo para partir para violência, física e psicológica. Esse ser que saiu de você é sua responsabilidade, eduque-o, ele não tem culpa. Tivesse se prevenido se não quisesse ter engravidado ou se tornado pai. Estamos em 2014 lembra? Acredite essa criança vai se tornar um adulto, com todas as frustrações e violências que você depositou nela. Não reclame da sua colheita.

Isso é demasiado clichê, mas nunca sai da moda: Observe o que planta hoje para colher amanhã. Não queira que a vida lhe traga flores se nem o jardim você se deu ao trabalho de adubar. Não queira que todos passem a mão na sua cabeça e sintam dó de você. Ter pena de alguém é um dos piores sentimento. Sentir pena de si mesmo é tão pior quanto.

Tente ao invés de dizer que tal coisa não vai dar certo pra alguém porque não eu certo pra você, dizer que as coisas podem sim dar certo, ou, se você não tiver tais atitudes que eu tive, talvez as coisas sejam mais fáceis pra você. Transforme seu negativismo. Seja menos recalcada e mais alicerce. Pare de achar que tudo é você, que todos querem o seu mal, que ninguém te ama, e blá blá. Mostre paras as pessoas o porque vale a pena estar ao seu lado. E não o porque ninguém aguenta mais você e suas chatices. Pare de fazer as coisas para mostrar para alguém, faça por você e para você. E faça muitas vezes e não raramente. Pare de se fazer de vitima pare de querer colo como uma criança recém nascida.


Pegue suas frustrações e jogue fora, ninguém vive de passado. Limpe seu coração e deixe espaço para que coisas boas ocupem o vazio. É melhor uma casa limpa do que suja. A gente nunca sabe quando vamos receber visitas. Acredite, compartilhar seus traumas jamais te aliviará do peso que carrega. Mas pedir ajuda para limpar todas essas frustrações, lhe tirará das costas pesos desnecessário. Nunca foi vergonha pedir ajuda. Nunca foi vergonha tentar ser feliz verdadeiramente.  Vergonha é ser amargo e espalhar suas amarguras e desamores.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Nem toda brasileira é peito, bunda e puta!





Ando uma mulher sem profissão (temporariamente) na verdade deixei a redação de lado e fui ganhar dinheiro com outra coisa. Ando trabalhando em grandes eventos, com produções internacionais, enfim, numa dessas, tive o desprazer de presenciar ao vivo e a cores na caruda, assim cara a cara a visão desses gringos sobre nós, mulheres brasileiras.

Olha não me leve a mal e nem estou generalizando, aqui relato apenas o que presenciei e vivi e preciso compartilhar com vocês. Numa dessas conversas de Backstage, veio o gringo sorrateira, jogou um migué  de que, se nós gostávamos da banda tal e do ator tal, porque ele era muito fã dos caras e admirava o trabalho deles e tal.  E como ele não sabia uma palavra em português, queria saber como era o nome da música nacional em inglês, nós na inocência e também fã da banda brasileira começamos a conversar, papo vai papo vem, o gringo me solta: e ai o que vocês vão fazer depois do show?

Oi? Uma olhou pra cara da outra e logo concluímos, esse ai tá cheio das más intenções. Mas manda vamos lá, treinar o nosso inglês e ver até onde isso vai dar. Daí que o cara, começou de novo com o papinho, after show. Só sei que alguém respondeu, bom eu vou embora pra casa, dormir! Pra que?! O cara já logo mandou um, a vida é curta, quando morrer dormir vai ser o que mais você vai fazer. Suponho que ele já tenha morrido, pra afirmar com tanta convicção.

Não satisfeito, com o tiro no pé, ele sacou logo da carteira um cartão de hotel onde ele estaria hospedado (hotel caro e famoso de SP) mostrou e disse pausadamente o número do quarto que estava. Quando eu disse que era desnecessário porque do show, eu iria direta e reta pra casa do meu noivo, ele me disse que eu era carta fora do baralho (graças a Deus). E continuou insistindo com as outras duas. O que eu achei bem ridículo e totalmente sem educação.

Sabe houve um tempo que sim, a galera de fora achava que aqui só tinha, floresta, banana e macaco, depois evoluímos pro país do futebol do samba e da mulher brasileira mulata gostosona com samba no pé. Eu ainda prefiro o país da banana e do macaco.

Sei que a maioria de nós mulheres brasileiras, ainda se dão ao respeito, trabalham, voltam pra casa e dormem. Também sei que algumas ainda se iludem e acham que ir pra cama com um gringo é  a coisa mais sensacional do mundo, que a vida realmente é curta e experimentar todas as línguas é o que há!

E sei que onde tem oferta tem compra e por causa de uma todas pagam. Não levanto a bandeira feminista e condeno quem gosta de dar e dá pra qualquer um, você é livre faça da sua vida o que achar melhor, mas lembre-se de que respeito não se pede, se empoe.  Que o respeito começa primeiro em você.

Ouvi dizer que já existe curso de inglês exclusivo para garotas de programa, algumas já se preparando para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Acho justo cada uma ganha o pão do jeito que achar melhor. Porém essas cobram é trabalho como qualquer outro.

Aqui fica apenas a minha indignação e frustração de saber que aquele mundo podre de que tanto ouvia dizer, realmente existe, de que a falta de valores tá cada vez maior e que a visão sobre nós mulheres brasileiras, ainda não se encaixa dentro de um pais emergente e sim de um bando de mulatas, gostosonas com samba no pé.

E olha que eu nem entrei no assunto, mulheres (crianças, meninas) sendo comercializadas a preço de banana e que o único sustento delas é vender o próprio corpo pros gringos, aqueles mesmos cheios de más intenções que se hospedam nos hotéis mais caros e que vem pra cá só pra ver o que a floresta tem para oferecer.

P.s. Esse texto não tem a menos intenção de ofender turistas no nosso País, é apenas uma visão pessoal baseada em fatos reais.


P.s.2. Ah e sobre o gringo que tentou dar carteirada sexual, deve ter voltado pro hotel chupando dedo, pelo menos nenhuma de nós 3 se deu ao trabalho de continuar aquela conversa...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guia prático contra arrependimentos



O ano esta praticamente chegando ao fim (a desesperada) mas de verdade, faltam aí 4 meses pra 2013 ir pro brejo, então nada melhor que começar a rever alguns conceitos, fiquem com essa matéria SUPERINTERESSANTE e reflitam.


Guia prático contra arrependimentos


Bronnie Ware era uma australiana com uma bem-sucedida carreira no mundo financeiro, quando se enfezou da vida. Depois de dez anos trabalhando em bancos, juntou a coragem para pedir demissão e viajar o mundo. Foi lavadora de pratos num resort em uma ilha paradisíaca, depois garçonete em um pub inglês - e terminou acompanhante de uma octagenária no interior da Inglaterra. Daí para virar enfermeira foi um passo natural, e Bronnie começou a cuidar de doentes em estado terminal, aqueles sem chance de cura. Como o trabalho era emocionalmente pesado, a australiana começou a se envolver com os pacientes e a observar um padrão. Todos os doentes reagiam de formas muito parecidas com a proximidade da morte: medo, raiva, tristeza - e sempre os mesmos arrependimentos em relação à própria vida. Bronnie começou a anotá-los. Eram eles: 1) Eu gostaria de ter trabalhado menos. 2) Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim. 3) Eu queria ter expressado mais meus sentimentos. 4) Eu queria ter mantido contato com meus amigos. 5) Eu queria ter sido mais feliz. Pode ser que você não queira pensar nisso ainda ou que você já esteja lá. Mas a verdade é que você vai envelhecer (lembrando sempre que a única alternativa possível, morrer, é bem pior). Melhor então não se arrepender no final.

1. Eu gostaria de ter trabalhado menos.

Essa é universal. Em um mundo no qual um emprego ocupa 40 horas semanais (se você tiver sorte) e tem um significado social mais importante do que os valores morais de uma pessoa (afinal, a primeira pergunta feita quando se conhece alguém costuma ser "o que você faz?" e não "você dá esmola?"), o trabalho anda com um peso desproporcional em relação às outras questões da vida. Nunca se trabalhou tanto - o que indica que esse arrependimento é o do tempo perdido. Antropólogos estimam que nossos antepassados caçadores-coletores não trabalhavam mais do que quatro a cinco horas por dia, sempre procurando ou preparando alimentos. Na Grécia Antiga, um emprego era uma sina terrível: Homero, o autor da Odisseia, escreveu que os deuses odiavam tanto os humanos que os condenaram a trabalhar arduamente como castigo. E a condenação seguiu por milênios. A nossa relação com o trabalho só mudou no século 16, com a ética protestante, aquela que mede o destino das almas depois da morte com base no sucesso profissional durante a vida. Ela foi a culpada por colocar o trabalho no centro da vida das pessoas, onde permaneceu até hoje. Mas há uma crise na nossa relação com o trabalho. De acordo com uma pesquisa da consultoria americana Mercer, feita com mais de 1.200 empregados, 56% dos brasileiros afirmam que consideram seriamente pedir demissão. Para os trabalhadores do Brasil, o principal fator motivacional é o tipo de emprego que ele faz. E é ele que está em conflito. Segundo o filosófo-pop francês Alain de Botton, a crise com o emprego que estamos vivendo é a da falta de sentido. Antigamente, pessoas faziam ou realizavam algo com o seu trabalho: eram padeiros, costureiros, vendedores. Esse tipo de ocupação, que tem uma relação direta com o produto final, quase desapareceu: foi substituído por trabalhos mais segmentados e burocráticos dentro de grandes empresas. É só procurar exemplos na lista de cargos na empresa onde trabalho - o que faz um "gerente de operações pleno" ou um "analista de infraestrutura júnior"? Certamente, algo menos palpável que pão ou roupa. "Procuramos um significado no nosso trabalho, uma sensação de que deixamos alguém melhor com o que fazemos. Ele deveria ser uma chance de criar algo que é mais sólido do que o resto das nossas vidas", diz de Botton, em uma palestra sobre seu livro Os Prazeres e Desprazeres do Trabalho. Deveria, mas, na maior parte dos casos, não é. Ainda assim, poucas são as pessoas que resolvem dedicar menos tempo e energia a seus empregos. A própria Bronnie sentiu isso na pele. "É mais difícil largar a rotina do trabalho do que o trabalho em si. O emprego vira uma grande parte da identidade das pessoas, ao ponto de que não sabem mais quem são longe dele", diz. Essa crise de identidade nos leva ao arrependimento número 2.

2. Eu queria ter tido a coragem de viver a vida que eu desejava, e não a que os outros esperavam de mim.

O ser humano é um animal social. Só chegamos aqui, depois de milênios de evolução, porque aprendemos a criar e manter alianças - seja para caçar comida nos tempos da caverna, seja para fundar impérios ao longo da História, seja para arranjar trabalho e ter com quem conversar no Facebook hoje em dia. Isso quer dizer que buscamos manter e fortalecer relações sociais - e, para isso, queremos agradar e ser aceitos. Uma pesquisa da Universidade de Minnesota testou esse nosso comportamento. Primeiro, colocou voluntários para conversar com mulheres que eles não podiam ver, por meio de microfones. Depois, disse a metade deles que iriam bater papo com moças muito bonitas e, para a outra metade, que seriam mulheres, digamos, menos estonteantes. Imediatamente, os homens que julgavam falar com beldades começaram a ser gentis e engraçados - queriam agradar as moças. Mas o que surpreendeu é que as mulheres do outro lado da linha começaram a entrar no jogo: conversavam como se fossem realmente mais bonitas do que as outras, sem nem saber que haviam sido classificadas assim. Ou seja, atendiam às expectativas dos voluntários.

Agimos assim o tempo todo, das coisas banais do dia a dia, como rir da piada sem graça de um amigo, às grandes escolhas de vida, como decidir que carreira seguir. "As pessoas não tomam decisões por si, tomam pelos outros, porque querem ser queridas. Assim, a felicidade acaba na mão de terceiros", diz Ana Claudia Arantes, geriatra especializada em cuidados paliativos, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. O problema é que fazer o que os outros esperam de você tem um lado pernicioso: na verdade, não deixa ninguém feliz. Um estudo da Universidade Estadual da Flórida que analisou seis pesquisas diferentes sobre o assunto, concluiu que quem busca o tempo todo a aprovação dos outros, tem mais chance de desenvolver depressão. Esforçam-se tanto para agradar que se perdem no meio do processo. E, claro, não conseguem fazer o que realmente têm vontade: trabalhar menos, por exemplo, dizer "não" ou...

3 e 4. Eu queria ter expressado mais meus sentimentos e queria ter mantido contato com meus amigos.

Não ter dito "eu te amo" e ter passado pouco tempo com as pessoas queridas são dois arrependimentos que conversam entre si - e são dois dos mais importantes também. E não é a SUPER que diz isso, é o maior estudo de psicologia já feito. O Grant Study ("Grande Estudo", em português) é uma pesquisa que acompanha a vida de 268 ex-alunos de Harvard desde 1937 até os dias de hoje, e que mede todos os fatores de suas biografias para recolher dados sobre saúde, bem-estar e escolhas de vida. E chegou a uma conclusão impressionante: aos 47 anos, o fator que mais previa a saúde e a felicidade de uma pessoa na velhice eram as relações sociais que ela mantinha. Era, claro, o fato de ter um marido ou uma esposa, mas era principalmente a quantidade de amigos que eles cultivaram ao longo dos anos. O estudo concluiu que idosos de 70 anos com amigos tinham 22% a mais de chance de chegar à oitava década. E mais: outro estudo mostrou que quem tem o hábito de dizer a pessoas próximas como elas são importantes se sente 48% mais satisfeito com as relações que mantém. "Os amigos nos dão um senso de identidade - ajudam a nos tornar algo maior do que nós mesmos e a definir quem somos. Não precisamos somente de relações humanas. Precisamos de amigos muito próximos", diz Ed Diener, professor de psicologia da Universidade de Illinois, especialista em felicidade. O que nos leva a...

5. Eu queria ter sido mais feliz.

Essa é de partir o coração. Chegar ao final da vida com esse remorso é mais comum do que parece. Para Diener, que estuda a felicidade há três décadas, ser feliz depende em grande parte das escolhas que fazemos - e não só de alguns poucos eventos de sorte esporádicos. Ou seja, seria bom parar de levar a vida no automático e exercer a felicidade. Pare de confirmar presença no aniversário do amigo no Facebook - e vá de fato. Junte a coragem de dizer para o seu parceiro que você na verdade odeia filmes europeus e prefere ver a sequência do último Homem de Ferro. E ninguém vai morrer se você deixar seu trabalho um pouco de lado de vez em quando (um alô para meu chefe que esperou três meses para essa reportagem ficar pronta). Para Bronnie, as reações de seus pacientes valem ouro: são um guia prático contra arrependimentos. "Como os conselhos vêm de pessoas que estão se preparando para morrer, servem como autorização para você mudar a sua vida também." Está esperando o quê?

Para saber mais

The Working Life: The Promise and Betrayal of Modern Work

Joanne Ciulla, Crown Business, 2001.

Happiness: Unlocking the Mysteries of Psychological Wealth

Ed Diener e Robert Biswas-Diener, Wiley-Blackwell, 2008.